Embora a maior parte das transfusões de sangue ocorram sem qualquer intercorrência, o procedimento pode apresentar alguns riscos para doadores e receptores6.
Doador
A doação de sangue normalmente é realizada sem intercorrências e sempre é feita sob supervisão médica e de enfermagem. Quando há alguma reação adversa, na maioria dos casos são eventos localizados, causados diretamente pela inserção da agulha, como hematoma, sangramento ou dor. Também é possível surgir alergia local ou tromboflebite em alguns casos. Há ainda pessoas que apresentam reações sistêmicas, desencadeadas principalmente por fatores psicológicos, como reação vasovagal, hipovolemia e fadiga5,6.
Receptor
No caso da pessoa que recebe a doação, os profissionais de saúde se mantêm atentos tanto para evitar reações causadas por incidentes (ou seja, algo que tenha ocorrido ao longo do processo de transfusão, como contaminação bacteriana) ou por reações fisiológicas à recepção do sangue ou de seus componentes5,6.
O sistema nacional de hemovigilância adota os seguintes diagnósticos de reações transfusionais5.
Reação febril não hemolítica
Reação alérgica
Reação por contaminação bacteriana
Transmissão de doença infecciosa
Reação hemolítica aguda imunológica
Lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão
Reação hemolítica aguda não imune
Reação hipotensiva relacionada à transfusão
Sobrecarga circulatória associada à transfusão
Dispneia associada à transfusão
Doença do enxerto contra o hospedeiro pós-transfusional
Reação hemolítica tardia
Aloimunização/Aparecimento de anticorpos irregulares
Púrpura pós-transfusional
Dor aguda relacionada à transfusão
Hemossiderose com comprometimento de órgãos
Distúrbios metabólicos
Outras reações imediatas
Outras reações tardias5
É importante ressaltar que, atualmente, são realizados rigorosos controles de qualidade, procedimentos especiais e exames nos hemocomponentes para evitar qualquer intercorrência, em conformidade com a Portaria de Consolidação nº 5, de 2017, do Ministério da Saúde, que consolida as normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde. São exemplos desse tipo de procedimento: leucorredução, irradiação e exames de biologia molecular7.
Referências
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Blood safety and availability. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/blood- safety-and-availability. Acesso em 20 de outubro de 2022.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Doação de sangue. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/sangue. Acesso em: 20 de outubro de 2022.
HEMOMINAS. Doação e atendimento ambulatorial. Disponível em: http://www.hemominas.mg.gov.br/doacao-e-atendimento-ambulatorial/hemoterapia/componentes-e-tipos-sanguineos. Acesso em: 20 de outubro de 2022.
ANVISA. Resolução - RDC n° 34, de 11 de junho de 2014. Disponível em: https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/carga20170553/04145350-rdc-anvisa-34-2014.pdf. Acesso em: 20 de outubro de 2022.
ANVISA. Marco Conceitual e Operacional de Hemovigilância: Guia para a Hemovigilância no Brasil. 2015. Disponível em: [Link para download]. Acesso em: 20 de outubro de 2022.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia para uso de hemocomponentes. 2ª ed. 1ª reimpressão. 2015. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_uso_hemocomponentes_2ed.pdf. Acesso em: 20 de outubro de 2022.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria de Consolidação nº 5 de 3 de outubro de 2017. Disponível em: [Link]. Acesso em: 20 de outubro de 2020.