Dez anos depois da PEC das Domésticas, categoria sofre com o aumento da informalidade
As trabalhadoras reconhecem os avanços da legislação, mas têm dificuldade para achar vagas com carteira assinada e fechar as contas no fim do mês. A crise econômica e a pandemia de Covid-19 agravaram
Notícias e Eventos Visualizações: 752637 🕗 Em 01/04/2023 às 17hora(s) e 49min, Por: GlobalNews, em Notícias e Eventos, CBN, Brasil
As trabalhadoras reconhecem os avanços da legislação, mas têm dificuldade para achar vagas com carteira assinada e fechar as contas no fim do mês. A crise econômica e a pandemia de Covid-19 agravaram
Até 2014, 2015 o segmento de domésticas até teve um incremento no número de quantidade, mas ai veio a crise no mercado de trabalho, a grande recessão brasileira, depois a pandemia. Foi ai que houve uma grande perda de empregos formais. Os empregadores e empregadores reagem ao aumento de custo. Então, houve uma defesa por parte do mercado de trabalho evitando os ganhos trabalhistas que se pretendia com a legislação, explicou.
Além do impacto sobre a renda, Neri destaca que a pandemia de Covid-19 mudou hábitos das famílias, que assumiram mais tarefas domésticas enquanto estavam em home office. Isso e a própria redução das famílias brasileiras nas últimas décadas também favorecem a contratação de diaristas.
Nos últimos dez anos, as mulheres pretas e pardas continuaram sendo o rosto das domésticas no país. Mas os dados do IBGE apontam que, de 2013 para cá, o percentual de trabalhadores com mais de 40 anos saltou da metade para 65%. Além disso, a parcela que é chefe de família saiu de 40%, há dez anos, para ser maioria hoje em dia.
A economista Cristina Vieceli, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, explica que esse perfil vem mudando desde os anos 2000.
A gente teve conquistas ao longo dos anos de direitos trabalhistas e nos anos 2000 a gente também teve dois movimentos importantes que levaram a saída dessas jovens a procurarem outros trabalhos: o aumento dos postos de trabalho em setores de serviço e o aumento da escolaridade dessas trabalhadoras, destacou.
A economista pondera que ainda há muito o que avançar na proteção da categoria. Ela cita a necessidade de maior fiscalização contra vínculos irregulares e a garantia de as domésticas receberem não só três, mas cinco parcelas do seguro-desemprego, como os demais trabalhadores.
Domésticas ainda trabalham sem carteira assinada.
Foto: Rafael Neddermeyer
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